LUTA, RESISTÊNCIA e EXISTÊNCIA... MULHER!!!

Com todo respeito a quem pensa diferente, 8 de março na minha opinião não é dia apenas de parabéns, flores ou presentinhos.
 
Pra mim é dia de luta!
Porque cada vez que escuto que mulheres devem ser louvadas porque são mães, me pergunto: e as que não querem ser mães merecem menos respeito?
   

Cada vez que vejo marmanjo dizendo que é porque cuidam da família e enfeitam o mundo, me pergunto: o que ele pensa de quem não agrada seus olhos e nem quer uma família pra cuidar?
E principalmente, o que pensa das mulheres que escolheram se relacionar com outras mulheres e não cumprem o papel do que se espera dela. 

Respeito é pra todo mundo e todo dia!

Quero falar especialmente sobre o momento de luta em que vivem. Por meio do grupo de Femininas que diariamente disputam seu espaço. Construídos por meio de diferentes vozes e maneiras de pensar.

O Dia da Mulher deveria ter um caráter de conquista e continuidade.
É tempo de celebrar, mas também é hora de pensar nas suas lutas diárias.

Sou eternamente grato por todas as mulheres que contribuíram para o que eu sou hoje (Vó. Mãe, irmã, tias e primas), e pela liberdade que tenho de falar sobre elas.

A revolução das mulheres não tem mais volta. Já está tão integrada na sociedade que não é mais possível dizer para, por exemplo, que elas fiquem trancadas casa, presas sozinhas em uma mesa de bar, para casarem virgens, ficarem caladas diante do estupro e de espancamentos, ou abdicarmos de sua independência financeira.
 
Não é possível retroceder.

Parabéns pelo seu dia, Mulher. Parabéns a você que é feminina, delicada e nos encanta com sua beleza.

Parabéns a você que não é feminista.
Parabéns a você que não fala palavrão, porque sabe que isso não é de bom tom para uma mulher (e para ninguém).
A você que não deixa de fazer a unha, passar batom, mesmo que trabalhe em serviços masculinos em que isso seja totalmente dispensável.

Sei que não sabemos o que elas querem. Nem Freud, que foi o cara mais sinistro que eu já li, conseguiu tirar uma conclusão do que elas são.

“Mulher não é um coletivo indiscriminado a que se pode creditar um conjunto de pressupostos que expliquem sua existência ou desejo.”

Hoje quero falar das mulheres negras, das indígenas, das mulheres que não são brancas.
Das mulheres com pênis, de seios siliconados, das que não tem seios, dos seios pequenos, dos seios grandes, dos seios (humm... seios, me perdi...).
Das mulheres que não tem vagina, não tem útero, não tem ovário, por diversos motivos e não apenas um único.
Das mulheres lésbicas e das bissexuais. Das mulheres que se relacionam com outras mulheres, que amam outras mulheres, que se apaixonam por outras mulheres.
Daquelas que gostam de homens e de mulheres, não porque estão confusas, mas porque gostam!
Das mulheres prostitutas, daquelas que gostam de ser prostitutas e daquelas que estão ali por outros motivos que não a nós julgar.
Das mulheres que moram no campo, fora da cidade. Das mulheres pobres, das marginalizadas, daquelas que fingimos não ver ou existir.

Mesmo tentando falar de todas as mulheres, sempre esquecerei de uma ou de todas.

Nesse dia das mulheres eu desejo LUTA, RESISTÊNCIA e EXISTÊNCIA à todas as mulheres e suas identidades que atravessam o que é ser MULHER.